UE leva Reino Unido a tribunal por violações da lei de livre circulação

| dezembro 18, 2024
Imagem cortesia de LuxofluxoCC BY-SA 4.0, via Wikipedia

A Comissão Europeia está processando o Reino Unido (UK) no Tribunal de Justiça da União Europeia (CJEU) por não cumprir as leis de livre circulação.

Ela alega que o Reino Unido não cumpriu suas obrigações legais de proteger os direitos dos cidadãos da União Europeia (UE) em relação à residência e à reunificação familiar.

“Após avaliar cuidadosamente as respostas do Reino Unido, a Comissão mantém que vários elementos das queixas continuam sem resposta”, declarou a Comissão da UE em um comunicado à imprensa.

“A Comissão, portanto, decidiu encaminhar o Reino Unido ao Tribunal de Justiça da União Europeia”, afirmou.

As leis de livre circulação garantem que os cidadãos da UE e suas famílias tenham o direito de viver e trabalhar nos Estados Membros sem restrições.

Embora o Reino Unido tenha deixado oficialmente a UE em 2020, ele ainda está vinculado a determinados acordos.

Por que a UE está levando o Reino Unido ao tribunal

A Comissão Europeia emitiu uma advertência formal, conhecida como parecer fundamentado, em julho de 2024.

Ela exigiu que o Reino Unido resolvesse essas preocupações dentro de dois meses e advertiu que tomaria medidas legais.

Após analisar a resposta do Reino Unido, a Comissão determinou que as questões permaneciam sem solução, o que levou ao encaminhamento ao TJUE.

O caso da Comissão Europeia no CJEU se concentra em três preocupações principais.

Direitos de residência

Os cidadãos da UE no Reino Unido enfrentaram atrasos e dificuldades ao solicitar o “settled status” (status estabelecido) de acordo com o European Union Settlement Scheme (EUSS).

O EUSS é o programa do Reino Unido que implementa o Acordo de Retirada, e houve muitos atrasos nas solicitações.

O Acordo de Retirada protege os direitos dos cidadãos da UE que vivem no Reino Unido quando este deixar a UE em 2020.

O status de residência fixa garante aos cidadãos da UE o direito de viver e trabalhar no Reino Unido e de viajar sem interrupções.

Reagrupamento familiar

A Comissão acredita que o Reino Unido impôs restrições injustas aos membros da família de cidadãos da UE, especialmente membros da família estendida.

A UE declara que as pessoas que não solicitaram ou receberam o status de residente não devem enfrentar discriminação ou obstáculos.

Livre circulação

relatos de obstáculos para cidadãos da UE que viajam entre o Reino Unido e os Estados-Membros da UE.

Ele alega que o status de imigração digital concedido às pessoas sob o EUSS é muitas vezes inacessível para muitos indivíduos.

Resposta do governo do Reino Unido

Imagem gentilmente cedida por Tumisu via Pixabay

O governo do Reino Unido negou ter cometido irregularidades e insiste que seguiu os termos do Acordo de Retirada.

O porta-voz de Downing Street se recusou a comentar sobre os procedimentos legais do período em que o Reino Unido era membro da UE e o período de transição subsequente.

No entanto, o porta-voz disse ao The Independent: “Estamos concentrados em redefinir nosso relacionamento com a UE para garantir que o Brexit funcione para o povo britânico”.

O processo judicial ocorre no momento em que o governo do Reino Unido, sob o comando do primeiro-ministro Keir Starmer, tenta melhorar as relações com os líderes europeus.

Esses esforços incluem discussões sobre barreiras comerciais, cooperação em segurança e serviços financeiros.

No entanto, a UE deixou claro que o cumprimento dos acordos é essencial para um maior progresso.

O que isso significa para os cidadãos da UE

O caso afeta diretamente os direitos de mais de 5 milhões de cidadãos da UE que vivem atualmente no Reino Unido.

De acordo com o Acordo de Retirada, os cidadãos da UE que viviam na Grã-Bretanha antes do Brexit e durante o período de transição tiveram proteção garantida.

Isso inclui o direito de solicitar residência permanente ou status de residente permanente nos termos do EUSS.

No entanto, muitos cidadãos da UE enfrentaram longos atrasos, processos de solicitação complicados e suporte limitado.

A ação legal da Comissão Europeia visa a garantir que essas proteções sejam mantidas.

Se o CJEU considerar que o Reino Unido está violando seus compromissos, o tribunal poderá ordenar ações corretivas e impor multas.

Isso transmitiria fortemente que o governo britânico deve respeitar os acordos feitos durante as negociações do Brexit.

O que acontece a seguir

Imagem gentilmente cedida por Daniel Diaz via Pixabay

Essa disputa jurídica destaca os desafios contínuos de gerenciar as relações entre a UE e o Reino Unido após o Brexit.

Isso também ressalta a importância de proteger os direitos dos cidadãos que dependem dos acordos feitos durante o processo de retirada.

Para os cidadãos da UE que vivem no Reino Unido, o resultado desse caso pode trazer clareza e proteções mais fortes para seus direitos de residência.

O processo legal levará tempo, mas o resultado poderá afetar milhões de cidadãos da UE que vivem no Reino Unido e definir o tom das futuras relações entre a UE e o Reino Unido.